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Travessia do Parque
Natural da Serra da Estrela (PNSE), com
inico em Vila Soeiro (Guarda) e fim em
Vide (Seia).
Iniciámos esta magnífica travessia na
Aldeia de Vila Soeiro, seguindo um
trilho que rapidamente alcança o ainda
jovem rio Mondego.
À medida que vamos subindo o rio, é
possível observar a austeridade das
encostas do Alto Mondego, entre granitos
e xistos, vamos passando por algumas
quintas abandonadas, onde outrora
funcionavam algumas fábricas de
lanifícios.
Rapidamente apanhamos a levada do
Pateiro, para algumas dezenas de metros
à frente subirmos a encosta em direcção
à aldeia de Trinta, e foi durante esta
parte que encontrámos a maior
dificuldade desta travessia. O trilho
estava completamente tomado pela
vegetação, sendo extremamente difícil a
progressão em alguns locais. (Os piores
locais estão assinalados no track).
Já perto da aldeia de Trinta parámos
durante uns minutos junto à Quinta do
Ribas, um local encantador, onde apenas
se ouve o correr do rio Mondego e o
chilrear dos passarinhos. Ainda
aproveitámos a chegada de uma Senhora
que vivia no local para metermos dois
dedos de conversa, onde ficámos a
conhecer um pouco mais sobre a histórica
da quinta.
Depois de uma subida desde a Quinta do
Ribas chegámos à aldeia de Trinta, onde
somos logo brindados com uma magnífica
casa de pedra. Poderia ser uma simples
casa de pedra, no entanto o
aproveitamento de um “penedo” existente
no local fez toda a diferença, tornando
esta casa “especial”!
Após uma paragem rápida num dos cafés da
aldeia, seguimos em direcção à quinta da
Ireira para atravessar o Mondego, e foi
aqui que nos deparámos com mais um
imprevisto. O caminho que nos levava
para o outro lado do Mondego tinha duas
vedações, a primeira fácil de contornar,
pois existia um pequeno caminho mesmo ao
lado, na segunda sendo uma vedação sem
nenhum caminho/trilho que a pudesse
contornar facilmente, deixou-nos um
pouco indecisos, mas como não havia uma
alternativa viável próxima do local,
tivemos que “arriscar” e “transpor”
também esta vedação. Ficámos sem
perceber se as vedações estavam ali
devido há existência de gado próximo do
local, ou se o proprietário colocou as
vedações propositadamente para ninguém
passar.
Este troço específico do trajeto foi
“recortado” de um “track” existente na
Internet, “track” esse que não tinha
qualquer aviso sobre estas vedações,
levando-nos a pensar que as vedações
seriam recentes.
Chegando ao rio Mondego e como já há
alguns anos o rio levou a pequena ponte
de madeira que existia naquele local, o
pessoal começou naturalmente a
descalçar-se para passar o rio, claro
que nesta altura do ano facilmente se
faz esta travessia, porém no inverno e
nos meses de muita chuva não
aconselhamos a sua travessia!
A partir daqui rapidamente chegamos à
Quinta da Taberna, local onde acabou a
nossa primeira etapa da travessia.
Na segunda etapa,
com início na Quinta da Taberna e com
destino a Manteigas, seguimos em
direcção a Sudoeste. Com uma subida
inicial um pouco “agressiva” não só pelo
desnível acentuado, mas também por culpa
do muito calor que já se fazia sentir,
as vistas fabulosas sobre o alto Mondego
iam compensando todo o esforço…!
Após esta subida, o percurso decorre por
estradão de terra batida durante quase
toda a etapa, com panorâmicas sobre o
Vale do Mondego de cortar a respiração!
Já com o covão da ponte ao fundo e ao
longo do “Corredor de Mouros” avistamos
inicialmente os Fragões das Penhas
Douradas e logo depois os Cântaros e a
Torre!
Chegando à “Cruz das Jogadas” seguimos
pelo “Trilho das Faias” em direcção a
Manteigas.
Com uma vista maravilhosa para o Vale
Glaciar do Zêzere rapidamente chegamos à
linda Vila de Manteigas onde finalizámos
a segunda etapa desta travessia.
A terceira etapa,
com cerca de 17Km tinha como destino as
Penhas da Saúde, onde iríamos pernoitar.
Com inicio junto ao posto de turismo de
Manteigas, seguimos pela “Rota do
Glaciar”.
O percurso percorre todo o Vale Glaciar
do Zêzere, sempre com a refrescante
companhia do Rio Zêzere em direcção ao
covão da Ametade.
Após curta paragem no Covão da Ametade,
seguimos em direcção à Nave de Santo
António. Neste ponto deixámos a “Rota do
Glaciar” e continuámos em direcção às
Penhas da Saúde, local onde pernoitámos.
A quarta etapa
tinha como destino Alvoco da Serra, e
como sabíamos que o dia ia ser de muito
calor iniciámos bem cedo esta etapa.
Seguimos desde a Pousada da Juventude em
direcção ao lago Viriato. Após umas
fotografias do lago, contornámos o mesmo
pela esquerda, tendo como direcção a
estrada junto à Nave de Santo António.
A partir da estrada voltámos a seguir a
Rota do Glaciar em direcção à Torre onde
somos logo contemplados com uma
panorâmica lindíssima sobre o covão do
Ferro.
Pouco depois chegamos à Senhora da Boa
Estrela no Covão do Boi, onde fizemos
uma pequena paragem para retemperar
forças e prosseguir em direcção à Torre.
Chegando à Torre, e após um café rápido,
seguimos em direcção a Alvoco da Serra.
Inicialmente tínhamos planeado continuar
para Loriga, mas como já por diversas
vezes tínhamos feito o trilho da
“Garganta de Loriga”, decidimos seguir
em direcção a Alvoco da Serra.
A descida para Alvoco da Serra é um
pouco agressiva, não só pelo desnível
acentuado, mas também devido à forte
exposição solar, no entanto, as vistas
magníficas compensam sem dúvida toda
essa “agressividade”!
A quinta e última
etapa levou-nos de Alvoco da Serra a
Vide através da “Rota da Ribeira de
Alvoco”.
O percurso decorre quase sempre junto da
ribeira de Alvoco com passagem por
pontes, levadas, e pelos famosos “poços
da Broca”!
Esta ultima etapa, embora relativamente
fácil, foi feita com uma temperatura
superior a 30 graus, o que se tornou um
pouco “doloroso”, principalmente nos
locais com maior exposição solar.
FICHA TÉCNICA
Datas de Realização:
10 e 11 Junho; 26 e 27 Junho; 03 de
Julho (2016)
Etapas:
5
Desnível:
4206 m positivos / 4568 m negativos
Tipo de percurso:
Linear
Distancia
Percorrida:
87 Km
ETAPAS:
1ª ETAPA:
Vila Soeiro » Quinta da Taberna (17 Km)
- Difícil
2ª ETAPA:
Quinta da Taberna » Manteigas (21 Km) -
Moderado
3ª ETAPA:
Manteigas » Penhas da Saúde (17 Km) -
Moderado
4ª ETAPA:
Penhas da Saúde » Alvoco da Serra (15
Km) - Moderado
5ª ETAPA:
Alvoco da Serra » Vide (17 Km) -
Moderado
NOTAS/OBSERVAÇÕES:
• Na primeira
etapa, devido à vegetação alta e
existência de duas vedações,
aconselhamos todos os interessados a
procurar um percurso alternativo a esta
etapa!
• Em várias partes
desta travessia reparámos na
inexistência de sinal de rede móvel de
telecomunicações, principalmente entre
Trinta e a Quinta da Taberna.
• Inicialmente estávamos a pensar fazer
esta travessia em Autonomia em 4 dias
seguidos, no entanto, devido à
indisponibilidade de alguns elementos do
grupo, e também tendo em conta os locais
para pernoita, decidimos dividir a
travessia em 5 etapas. (Para quem quiser
fazer esta travessia em autonomia, o
ideal será 4 dias).
Contactos Úteis:
BOMBEIROS
Guarda: 271 222 115
Manteigas: 275 982 333
Seia: 238 310 315
Loriga: 238 953 255
CENTRO DE SAÚDE /
HOSPITAL
Guarda: 271 200 200
Manteigas: 275 980 100
Seia: 238 315 715
GNR
Guarda: 271 210 630
Manteigas: 275 981 559
Seia: 238 310 300
Loriga: 238 953 152
POSTO DE TURISMO
Guarda: 271 205 530
Manteigas: 275 981 129
Seia: 238 317 762
Loriga: 238 951 175 |
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