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O Parque
Natural do Lago de Sanábria, criado em
1978, situa-se no extremo noroeste da
Província de Zamora, no limite com a
Galiza e Portugal, bem perto do Parque
Natural do Montezinho. Abrange uma
paisagem que foi modelada pela acção dos
glaciares da Era Qua-ternária. Desde os
seus altos cumes (Peña Tre-vinca -
2124m) desprenderam-se várias línguas
glaciáricas de impressionante tamanho
que ao retroceder, deixaram a descoberto
profundos vales em U, moreias e um
importante conjunto de lagos. De entre
eles destaca-se o Lago de Sanabria. Com
uma área de superfície de 368 ha, é o
maior lago glaciar da Península Ibérica.
Depois de
passarmos a noite no Parque de Campismo
“El Folgoso”, iniciámos bem cedo o
percurso junto à praia com o mesmo nome
do parque, seguindo em direção a San
Martín de Castañeda. Nesta povoação
encontra-se o mosteiro de Santa Maria,
local onde está instalado o Centro de
interpretação do lago de Sanabria.
Seguimos pela “Senda de los Monjes”, que
liga a povoação de San Martín de
Castañeda, à aldeia de Ribadelago(Velho),
tragicamente destruída pelo rebentamento
da barragem de Vega de Tera, em 9 de
Janeiro de 1959.
Para quem
não conhece, fica aqui o resumo desse
horrível acontecimento:
“Construída
entre 1954 e 1956, a barragem de Vega de
Tera, com 200 metros de comprimento e 33
de altura, foi inaugurada por Francisco
Franco em 25 de Setembro de 1956. Esta
barragem teve uma vida curtíssima: em
1959, fortes chuvas e temperaturas
extremas (-18 °C) abateram-se sobre a
Serra de Peña Trevinca. Estas condições,
aliadas à muita água acumulada na
albufeira da barragem, levaram a que uma
brecha de 70 metros de comprimento e 30
de altura se abrisse, deixando que uma
torrente de 8 mil milhões de litros de
água se abatessem pelo desfiladeiro do
rio Tera. Os oito quilómetros do
desfiladeiro foram ultrapassados pela
água, lama, rochas e árvores da torrente
em 20 minutos. Pelo caminho, a aldeia de
Ribadelago foi apanhada desprevenida,
resultando da imensa torrente a
destruição de 145 das 170 habitações que
existiam, e a morte de 144 habitantes
que não conseguiram refugiar-se em
pontos altos. A corrente chegou a
atingir nove metros de altura.
Apenas 28
corpos foram resgatados, os restantes
desapareceram para sempre no fundo do
Lago de Sanábria, onde a imensa torrente
desembocou logo a seguir à destruição de
Ribadelago.
A aldeia foi
reconstruída, sendo hoje bem visíveis
testemunhos da noite fatídica: ruínas de
casas e da igreja matriz, a par da
estrutura da barragem, a montante, no
silêncio da serra.”
Fonte:
Wikipedia
Continuámos
o percurso em direção a Ribadelago
(nova), a partir desta povoação o
percurso é feito por estrada passando
por várias praias até chegar ao ponto de
partida.
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