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Caminhadas / Percursos Pedestres                                                    «« Voltar 

 Canhão do Vale dos Poios (Serra de Sicó)                                                     Data: 01-11-2015


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"O imponente vale do Poio manteve até agora os seus encantos resguardados devido à inacessibilidade e inospitabilidade destas paragens, sendo apenas do conhecimento dos pastores e uns poucos aventureiros. Afortunadamente, uma fauna selvagem pouco comum, como o bufo-real, o peneireiro e o andorinhão-real (Apus melba), aqui encontrou abrigo suficientemente seguro.
É um dos maiores canhões fluviocársicos portugueses, formado por grandiosas vertentes escarpadas, que outrora a água escavou e modelou"

Junto à capela da aldeia, começamos por subir pela estrada de asfalto, do lado direito desta. Seguimos sempre por este lado até acabar o asfalto – logo à frente. Ainda pela direita continuamos pela estrada de baixo, em terra, ladeada por muros de pedra. Agarradas aos muros crescem as silvas que no Verão proporcionam-nos saborosas amoras. Ao longo deste caminho estabelecem-se olivais e campos agricultados, com milho, sobretudo. De vez em quando, encontramos algum pilriteiro de grandes dimensões do lado direito. Também deste lado vemos a aldeia de Poios. A marginar esta estrada estreita encontramos troviscos, cistáceas, arrudas e carrascos. Ao fim de alguns minutos chegamos a um pequeno largo/bifurcação. Continuamos para esquerda. Crescem, também aqui, alguns arbustos como a aroeira e o sanguinho-das-sebes. Logo à frente a estrada estreita ainda mais e passa a ser apenas um carreiro que, durante alguns metros, segue ao longo de um pinhal. O caminho é agora muito pedregoso. Passamos junto à placa de madeira que diz “Canhão do Vale dos Poios”. Vamo-nos aproximando da entrada do vale. Muitas roselhas atapetam a nossa encosta. Um pouco à frente somos surpreendidos por uma paisagem de aspecto agressivo - um vale imenso, profundo e de encostas escarpadas - que pouca vegetação sustenta.

Neste canhão fluviocársico a água só corre superficialmente em anos excepcionalmete pluviosos, brotando através de várias exsurgências, quando os caudais que fluem pelas galerias hipogeias engrossam demasiado. A certa altura o carreiro passa a ser empedrado, como se o homem tivesse disposto estas lajes de modo a facilitar a caminhada. Algumas oliveiras ainda sobrevivem no leito do vale. Vêem-se, nas encostas, alguns focos de erosão. Vamos descendo e o vale descreve uma curva para a esquerda. Aqui vêem-se algumas oliveiras, que arderam há bastante tempo e agora são apenas troncos carbonizados e despidos de vida. Seguimos o carreiro por entre um mar de fetos-macho. Um pouco à frente passamos por uma cavidade na rocha (um local assediado pela visita do homem que se reflecte nos detritos deixados por este). Continuamos junto à escarpa avançando. A certa altura temos que atravessar a floresta de fetos, que nalgumas zonas são da nossa altura, e continuar ao longo do lado direito do vale. Este vai estreitando e a sua imponência diminui gradualmente. Também termina o mar de fetos e caminhamos agora por cima de muita pedra. O caminho serpenteia por entre uma diversidade de espécies arbustivas: pilriteiros, sanguinho-das-sebes, aroeiras, murta, urze-branca, jasmineiro-do-monte e muitos carrascos. Também aparecem vários folhados. Logo acima esta densidade arbustiva diminui dando lugar a restos carbonizados de vegetação. A certa altura temos que subir pela direita para atingirmos o socalco superior. Continuamos a caminhar em frente, ao longo de um terreno agrícola e acabamos por apanhar uma estreita estrada apenas utilizada como um acesso aos terrenos cultivados. Esta encontra-se ladeada por densas sebes que quase a tapam. Sempre por esta estrada vamos acompanhando vários campos de milho. Ao fim de longos minutos atingimos outra estrada, mais larga, junto a uma “casota” de tijolo e cimento. Seguimos agora pela esquerda. A estrada começa a subir ao longo de um pinhal. Pouco depois surgem algumas casas e entramos na aldeia de Mocifas de S.º Amaro. A estrada é agora de asfalto. Logo a seguir à capela viramos à esquerda e depois, em frente, saímos do asfalto e subimos sempre até sairmos da aldeia. A estrada é larga, ladeada por muros de calcário e carvalhos. Um pouco à frente chegamos a um cruzamento. Dois espigueiros do lado direito. Continuamos por este lado. Sempre em frente, pela estrada principal, passamos pelas linhas de alta tensão. Percorremos uma paisagem dominada por olivais e muros de pedra. Voltamos a subir e chegamos a Covão das Favas, uma pequena localidade. Pisamos o asfalto e seguimos à direita. Logo acima, junto a umas alminhas, subimos em terra pela esquerda. Uns metros depois voltamos a pisar o asfalto e continuamos pela esquerda. Chegamos ao cimo, onde existe um restaurante do lado esquerdo e as antenas de rádio e o vértice geodésico da Estrela (398 m) do lado direito. Seguimos em frente e começamos a descer agora em terra batida. Logo abaixo vamos pelo caminho da esquerda que nos permite passar junto à capela da Sr.ª da Estrela. A estrada desce acentuadamente com um piso de areão. No fundo do vale vemos uma dolina, que possui sempre água, fornecendo abrigo a rãs, tritões-marmorados, libélulas entre outros pequenos seres. Atingimos a outra estrada que também descreveu uma descida desde a Sr.ª da Estrela. Continuamos pela esquerda ainda a descer (agora suavemente) e passamos pela dolina. Daqui debaixo é possível vermos toda a extensão da escarpa da Sr.ª da Estrela. Vêem-se oliveiras pelas encostas e no fundo do vale que percorremos. Logo depois entramos na aldeia de Poios. O piso é de asfalto.

Percurso baseado na Rota do Guia QUERCUS - Percursos na Serra de Sicó "P7 - O CANHÃO DO VALE DO POIO".

Fonte: www.terrasdesico.pt

 

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